¨Nascido para ampliar os conhecimentos dos brasileiros e portugueses sobre a cultura do vinho na Espanha.¨

D.O Jumilla




 
A Denominação de Origem Jumilla foi criada em 1966. Seu atual Regulamento foi aprovado em 10 de Novembro de 1995

A zona de produção da D.O. Jumilla tem demonostrado seu potencial desde o inicio dos anos 90. Uma tardia filoxera atacou os vinhedos em 1989, o que obrigou muitos viticultores a recomeçar. Assim as videiras foram replantadas para produzir vinhos tintos, rosados e brancos mais limpos mas afrutados, elaborados tanto por uvas autônomas , especialmente Monastrell, como por variedades importadas: Syrah e Merlot.

Ao mesmo tempo, uma cuidadosa vendimia e novos investimentos em equipamentos tem melhorado a qualidade, dando como resultado uma nova geracão de elegantes caldos, alguns biológicos e a maioria jóvens, nos quais a uva Monastrell vem produzindo impressionantes resultados nas mãos de viticultores hábeis. Como resultado os vinhos de Jumilla começaram a causar um grande impacto no cenário internacional.

Nesta denominação se destaca o museu e a festa do vinho, que se celebra durante uma semana em meados de agosto festejando a chegada da vendimia.



Historia

O modelo de desenvolvimento de Jumilla pode ser considerado único. Sua fama remonta ao tempo dos romanos por seus vinhos tintos muito encorpados. No século XIX, a zona escapou da filoxera, o que se traduziu em um periodo de grande expanssão econômica devido ao infortúnio dos vinhedos franceses que foram destruídos. Sem a filoxera Jumilla continuou cultivando suas videiras sem inxertar.

Porém seu infrotúnio também chegaria. Em 1989 a filoxera chega, devastando vinhedos e reduzindo a produção em até 60% durante os próximos cinco anos. A nova replantação com cepas sem o virus foi lenta e cara, mas permitiu se experimentar com novos métodos de elaboração de vinho que já estavam dando resultados nas denominações vizinhas de Alicante e Almansa.







Geografia e Geologia

A superfície atual que ampara a denominação é de 32.000 Ha e se localiza no extremo sudeste d provincia de Albacete, que inclui os municipios de Montealegre del Castillo, Fuentealamo, Ontur, Hellin, Albatana e Tobarra, além do norte da província de Murcia, que inclui o municipio de Jumilla o qual empresta seu nome a esta Denominação. Esta zona se caracteriza por amplos vales e planices, encravadas nas montanhas, sendo uma zona de transição entre o litoral Mediterrâneo e a meseta castellano-manchega, as altitudes dos terrenos oscilam entre os 400 e 800m. Atualmente a zona de produção inclui cerca de 32.000 Has, das quais cerca de 45% se localizam na província de Murcia e o resto na de Albacete, sendo cerca de 3.000 os viticultores inscritos.

Os solos desta zona são pardos, pardo calcários e calcários com crosta de cal, em geral se caracterizam por possuir uma grande capacidade hídrica e mediana permeabilidade (o que permite a sobrevivencia das vinhas em condições de seca prolongada, aproveitando bem a agua disponivel), são pobres em matéria orgânica e por sua estrutura não permitem a propagação da filoxera, possuindo uma textura franca e franco-arenosa, que lhes confere uma boa airação, são de pH alto e possuem uma baixa salinidade.



Clima

O clima da zona é do tipo continental (suavizado pela proximidade do Mediterrâneo),com marcado caráter árido, sendo a pluviometría um dos principais problemas climáticos, devido a escassez de chuvas. O regime de chuvas é muito irregular apresentando longos periodos de seca. As precipitações ocorrem em sua mairia nas estações da primavera e outono, sendo o índice pluviométrico médio de apenas 300 mm/año. As chuvas muitas vezes ocorrem de forma torrencial, produzindo danos as infraestruturas , incluindo aos cultivos e colheitas, dependendo da época do ano em que ocorra.

As temperaturas, possuem umas médias anuais relativamente elevadas, 16º C, sendo grande as diferenças de temperaturas entre as máximas ( 40ºC no verão) e as mínimas( no inverno abaixo de zero). O período de geadas normalmente ocorre entre os meses de novembro a março e excepcionalmente podenedo ocorrer em abril ou outubro, possue uma média de horas de insolação de 3.000 horas/ano.

Viticultura

A elaboração dos vinhos protegidos se realiza com as variedades: Monastrell, Cencibel (Tempranillo),Garnacha TintoreraGarnacha, Cabernet-Sauvignon, Merlot, Syrah e Petit Verdot em tintas e com as brancas Airén, Macabeo, Chadonnay, Sauvignon blanc, Moscatel de grao pequenoPedro Ximénez e Malvasía, destas variedades se considera a principal a Monastrell, assim dos 32.000 Has que aproximadamente possue esta denominação cerca de 85% correspondem a variedade monastrell, o que praticamente é uma imposição das condições climáticas e geográficas da zona, sendo esta variedade a que melhor se adapta a estas condicões áridas e ensolaradas.

O cultivo do vinhedo amparado pela denominação poderá se realizar sob um regime de cultivo extensivo: com densidades de plantação comprendidas entre 1.600 cepas/Ha máximo e 1.100 cepas/ Ha mínimo, com rendimentos máximos de 4.000 Kg./Ha nas variedades tintas e de 4.500 nas variedades brancas e regime de cultivo intensivo: com densidades de plantacãode 3.200 cepas/Ha máximo e 1.600 cepas/Ha mínimo, com rendimentos máximos de 7.000 Kg./Ha en todas as variedades.
O rendimento máximo permitido é de 70 litros/por cada 100 Kg. de uva.

Vinicultura

Os vinhos produzidos e elaborados nesta zona, para ter direito de uso da menção Denominação de origem Jumilla, devem ser submetidos e superar um proceso de “qualificação”, que começa com a comunicação do interesado ao Conselho Regulador, de sua intenção de elaborar vinhos de qualidade padrão da Denominação de Origem Jumilla, com isso o conselho inspecionará a bodega, a qualidade das uvas, assim como o proceso de elaboração das uvas, uma vez produzido os vinhos mediante a coleta de amostras, estes são submetidos a controles analíticos e organolépticos, os analíticos são realizados por laboratórios oficiais da D.O. Jumilla e os organolépticos são realizados pelo Comite de Qualificação do Conselho Regulador, formado por experientes enólogos e profissionais relacionados com o mundo do vinho, os quais mediante cata cega determinam os vinhos que estão aptos para Jumilla.


Vinhos

Tipos de vinhos: tintos, rosados, brancos, doces e vinhos de licor.
Os vinhos brancos se elaboram fundamentalmente com a variedade airén, embora ultimamente esteja aumentando os elaborados a partir da variedade macabeo, são em geral vinhos claros e brilhantes, com tonalidades de amarelo-esverdeado ao amarelo-pálido, com aromas afrutados, claros e frescos, na boca são leves e claros, destacando sua frescura, levea e equilíbrio.
Os vinhos rosados se obtem principalmente a partir da variedad monastrell, são vinhos claros e brilhantes, com tonalidades atrativas como rosa, frambuesa, cereja, com matizes violeta, seus aromas são claros e elegantes, frutosos e florais, mantendo os aromas da variedade, na boca são carnosos, saborosos e frescos, com amplo retronasal.

Nos vinhos tintos a presença da monastrell domina, embora também se complemente com variedades como merlot, syrah, cabernet-sauvignon e cencibel. Estes vinhos, principalmente os jóvens, se caracterizam por sua forte expressão aromática, sua frutosidade(frutos negros, frutas maduras, cereja, morango, groselha), sua forte cor, geralmente vermelho púrpura intenso, com tons roxos, na boca mostram estrutura e força, com taninos vivos e persistentes, Já os de crianza, aparte da elegancia da madeira bem integrada, se mostram sabrosos, carnosos, aromáticos, complexos.
Os vinhos doces naturais e vinhos de licor, são vinhos tradicionais de grande qualidade que seguem merecendo destaque. Em conjunto, os vinhos da denominação de origem Jumilla, são vinhos que conseguiram um alto nivel dentro do panorama vinícola espanhol, sendo vinhos bastante premiados em concursos nacionais e internacionais