¨Nascido para ampliar os conhecimentos dos brasileiros e portugueses sobre a cultura do vinho na Espanha.¨
D.O Guetaria
O vinho fresco e blanco do País Basco, chamado txacoli em euskera e chacolí no resto da Espanha, se elabora nas suas tres províncias. A denominação de origem que cobre a zona de cultivo de Guipúzcoa (Gipuzkoa) é chamada em euskera Getariako Txakolina.
Ha duas décadas, o bom chacolí só podia ser encontrado nos caseríos, onde se elaborava de maneira artesanal. Atuaalmente, graças a incorporação de novas tecnologias e a extraordinária gastronomia oferecida pelos restaurantes de toda a região, as bodegas de Guetaria estão vivendo um renascimento. De fato, parece que este vinho esta feito para acompanhar a degustação do excelente peixe e marisco local . Embora a pesar da crescente demanda, sobra mutio pouco vinho para exportação devido a sua reduzida área de cultivo.
Na própia zona, o chacolí se serve a distancia de uma polegada do peculiar copo achatado e deve ser ingerido antes de perder sua borda espumoso, denominada tximparta em euskera.
História
O chacolí é um vino com solera. Já nos arquivos reais da Espanha de 1622 se mencionava sua existência como vinho elaborado em Fuenterrabía. Nessa época existia um feroz protecionismo entre os diferentes produtores das distintas áreas geográficas. Os viajantes que chegavam observavam com curiosidade as pérgolas que sustetavam as videiras feitas de ossos de baleia.
Cem anos atrás já havia cerca de 1.000 hectáres de vinhedos de uvas nativas para a elaboração deste vino. Embora depois do estrago provocado pelo oidium, as plantações se reduziram até a quase completa desaparição. Desde a criação da denominação de origem em 1990, a área de cultivo se extende sobre 180 hectáres.
Geografia
Os vinhedos crescem nas colinas das montanhas e acabam no mar de Guipúzcoa, província situada a noroeste do País Basco e que faz fronteira com a França. A maior parte das videiras se localizam próximo de Guetaria (76%) e Zarautz (22%), duas cidades de pescadores localizadas a oeste da capital da provincia: Donostia-San Sebastián. Os 2% restantes se situam nas proximidades da cidade de Aya (Aia).
As plantaçõees se encontram muito próximas a costa, protegidas assim do gelo e do forte sol de verão, embora nescessitem se localizar nas pendentes do sudeste para evitar a brisa do mar e receber uma maior insolação. Se localizam normalmente em pendentes acidentadas. As videiras são guiadas com arames. As altitudes oscilam entre 10 e 100 metros, em solo argiloso com una capa de arenito.
Clima
A zona está protegida dos característicos ventos frios de septembro pelas colinas da costa, que da lugar a um clima bastante suave, com temperaturas temperadas (a média anual é de 13,5º), elevada puvliosidade e moderada luminosidade. O granizo pode chegar a causar sérios problemas as uvas. As precipitaciones são mais altas que em qualquer outra zona vinícola espanhola: 1.600 mm.
Viticultura
Se empregam duas classes de uva para se fazer o chacolí: Hondarrabi (ou Ondarribi) Zuri, uva branca, cujas cepas ocupam 95% da área da D.O. e a Hondarrabi Beltza, uva tinta utilizada para os 5% restante. A maioria das videiras tem mais de oitenta anos, com raízes de 10 metros de profundidade. Graças a sua velhice é possivel levantarlas do solo e plantarlas sobre os postes de pedra das pérgolas, similares as existentes na Galicia, que permitem que as ramas da videiras fiquem misturadas, formando un teto que na época estival protegerá seu fruto das condições climáticas adversas.
Como consequencia das fortes precipitações atlânticas a produção se aproxima a de países como Alemanha ou França, embora em algumas raras ocasiões chegue a superarlos. A filoxera nunca chegou a afetar aos vinhedos desta zona porque a agua que se acumula ao redor das raízes no inverno impede o ataque da praga, e as videiras são inxertadas sobre suas própias raízes. A vendimia normalmente começa no principio de outubro.
O oidium e o mofo podem causar problemas ocasionais, como em muitos vinhedos próximos ao litoral, muito raramente aparecem casos de botrytis. A aranha vermelha e a polilla cochylis são raras. Atualmente ha algumas pequenas plantações experimentais de variedades de uvas francesas e alemãs.
Vinicultura
Depois a vendimia e do prensado da uva, os mostos são fermentados em tanques de aço inox. Tradicionalmente, e até muito pouco tempo atras a fermentação se realizava em barris de carvalho ou castanheira, chamadas kupelas.
A fermentação dura de 20 a 25 dias e depois o chacolí descansa com suas lías. O dióxido de carbono provem da oxidação, enquanto dissolve os sedimentos do vinho, dando lhe a característica de um espumoso. Não se faz nenhum trasiego para conservar o pequeno burbulheio e o vinho se clarifica pela sedimentação natural dentro do propio barril ou tanque, posteriormente se realiza uma filtragem ao engarrafar). Tradicionalmente, estes vinos se catam depois do dia de Santo Antonio, 17 de janeiro, dia em que se celebra o Día del Txakoli (“Txakoli Eguna”). Os catadores locais podem chegar a distinguir o vinho de cada barril, ou kupela, em função da origen da madeira e da pressão do gas contido.
Vinhos
A maior parte da produção de chacolí é de vinho branco, com graduação alcoólica média de 10,5º, ligeiro, fresco, de gosto permantenente e com um ponto ácido. De todas formas, alguns bodegueros tem começado a evolucionar, abandonando esta imagem e conferindo a este vinho um maior peso frutal na boca. É um vinho jovem de consumo anual e, por tradição, se serve a uma distância de uma polegada nos copos típicos da comarca. Deve ser rápidamente bebido para que não perca essa borda espumosa que possue ao ser servido.
O Txakoli de Getaria é branco embora hajam bodegas que elaborem tinto mas em quantidade não representativa no total (da colheita de 2003 sairam 2.000 botellas). Embora quase não haja produção o regulamento permite a elaboração do tinto ou rosado.




